Oftalmologistas do IOCM-MG esclarecem a doença e evidenciam a importância da identificação antecipada
No dia 18 de setembro é promovido o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, tumor maligno caracterizado por um reflexo branco na pupila. A oftalmologista do Instituto de Olhos Ciências Médicas de Minas Gerais (IOCM-MG), Dra. Érika Diniz, explica a importância da data e por que é tão relevante identificar antecipadamente a doença. “O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja o mais efetivo possível, evitando possíveis cirurgias agressivas.”
De acordo com a médica, o retinoblastoma é uma doença que atinge, em 95% dos casos, crianças de até 5 anos e, portanto, os pais devem manter grande atenção com a saúde ocular do filho desde o nascimento. “Os cuidados com os olhos, desde os primeiros dias de vida da criança, são fundamentais. O exame de fundo de olho é o mais indicado na rotina de consultas com o oftalmologista para diagnosticar, em estágio inicial, qualquer alteração ocular nos bebês. Contudo, independentemente do surgimento ou não de sintomas aparentes, é muito importante também que pais e responsáveis levem a criança para a avaliação de um oftalmologista no primeiro ano de vida.”
Ainda segundo Dra. Érika, para identificar o retinoblastoma, os pais e/ou responsáveis devem ficar atentos aos sintomas de leucocoria, que são manchas brancas percebidas no olho da criança, principalmente em fotos tiradas com flash. Já de acordo com o oncologista ocular e oftalmologista do IOCM-MG, Dr. Fábio Borges Nogueira, o estrabismo (desvio no olho), a heterocromia da íris (mudança de cor da parte branca do olho) e a proptose (um olho maior que o outro) também podem ser condições relacionadas ao retinoblastoma.
Conforme Dr. Fábio, o retinoblastoma pode ser esporádico, ou seja, surge de maneira ocasional, mas também hereditário. Nos casos esporádicos, somente um dos olhos da criança é acometido. “Diferentemente dos casos ocasionais, os hereditários geralmente afetam os dois olhos. Nessas situações, o retinoblastoma hereditário significa que a criança possui familiares com a mesma doença e, futuramente, isso pode acometer as próximas gerações”, explica.
Dra. Érika afirma que as indicações de tratamento do retinoblastoma estão relacionadas com o estágio no qual a doença é diagnosticada. Segundo a especialista, ultimamente houve avanço em um procedimento com o uso de quimioterapia intra-arterial. “Nesse tratamento, a medicação quimioterápica é injetada na artéria que alimenta o tumor, podendo evitar a retirada do olho acometido”, esclarece.