HUCM-MG está entre os principais hospitais que realizam transplante de rim em Minas Gerais

As cores podem carregar diversos significados, assim como o rosa pode ser ligado ao amor, à maternidade, o verde é frequentemente relacionado à esperança, renovação e saúde. E neste mês, esta é a cor escolhida para simbolizar a importância da doação de órgãos com o Setembro Verde. A campanha busca combater o preconceito e a desinformação, enquanto também incentiva a decisão pela doação, que pode salvar muitas vidas.

Em 2024, cerca de 78 mil pessoas estavam na fila de espera por um órgão, com maior demanda sendo para rim, seguida de córnea e de fígado, segundo o Ministério da Saúde. Gerida pelo Sistema Nacional de Transplantes – SNT, órgão responsável por coordenar, normatizar e monitorar a realização de transplantes.

Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), de janeiro a junho deste ano, foram contabilizados 15 mil potenciais doadores de órgãos, mas apenas 4 mil doações foram autorizadas pelos parentes ou responsável direto.

Entre os principais centros de saúde no estado a fazer transplante renal, o Hospital Universitário Ciências Médicas de Minas Gerais (HUCM-MG), realizou no primeiro semestre deste ano 550 consultas pré-transplante1.850 consultas pós-transplante e média de 150 internações de pacientes transplantados no Serviço de Transplante, Nefrologia e Hemodiálise.

De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, publicado em outubro passado, as regiões Sul e Sudeste foram os que mais registraram atendimento a pacientes com de Doença Renal Crônica (DRC) no país. A pesquisa realizada no SUS, mostrou que a maioria das pessoas atendidas tinham entre 50 a 79 anos. Os principais fatores que causam sofrimento ao rim são a diabetes e a hipertensão.

A espera por um rim

Recentemente o apresentador Fausto Silva, de 75 anos, passou por dois transplantes: de fígado e de rim; sendo este último um retransplante. O fato chamou a atenção, pois muitos não sabiam que era possível passar dois transplantes de um mesmo tipo de órgão – o que levou até a debates nas redes sociais sobre as filas de espera por um órgão. O apresentador também passou por um transplante de coração em 2023. Tudo viabilizado pelo Sistema Único de Saúde-SUS.

A janela de tempo para que o órgão chegue à mesa de cirurgia de transplante e renove a vida de outro paciente é curta. “Quanto maior o tempo, pior o prognóstico. Geralmente, não passa de 24h. É uma luta contra o tempo, principalmente das ofertas vindas de fora do estado, temos que pensar em toda a logística de deslocamento. Costuma ser feito de avião ou de helicóptero”, explica a subcoordenadora do Serviço de Transplante, Nefrologia e Hemodiálise do HUCM, a médica nefrologista Maíra Carvalho.

Os hospitais receptadores do estado trabalham em sistema de escalas de 24h para sempre ter uma equipe de prontidão quando houver um órgão disponível. O serviço de transplante do HUCM-MG está em atividade há 17 anos, somando mais de 1.000 transplantes renais realizados, uma média de 60 cirurgias por ano.

Em abril deste ano, houve um feito inédito no Hospital Universitário Ciências Médicas (HUCM), três rins transplantados no mesmo dia. “Dois rins vieram de um mesmo doador e, em seguida, recebemos mais um rim de outro doador. É um prazer, uma energia de alegria quando vamos captar um órgão e trazer para o transplante. É o sentimento de que estamos renovando esperanças”, como conta a Coordenadora Assistencial do Serviço de Transplante, Nefrologia e Hemodiálise do hospital, a enfermeira Ednéia Moreira. A equipe de transplantes do HUCM-MG esteve presente em todas as etapas: desde a captação dos rins até os procedimentos realizados aqui, com todo o cuidado, agilidade e excelência que a situação exige.