Oftalmologista do Instituto de Olhos Ciências Médicas, Dr. Glauber Eliazar, explica como proteger os olhos durante os dias da festividade
Sol, chuva e suor... toda produção de maquiagem de carnaval pode ir por água abaixo no meio da festa, afinal, estamos num país tropical. Mas, para a curtição da folia não se transformar em dor de cabeça, é preciso ter atenção. Os olhos, uma das estruturas mais importantes do corpo humano, são extremamente frágeis e precisam ser protegidos especialmente no carnaval, evento propício a lesões com os produtos de cabelo e de pele que podem escorrer pelo rosto e cair nos olhos.
O oftalmologista do Instituto de Olhos Ciências Médicas (IOCM-MG), Dr. Glauber Eliazar, explica como a população deve se precaver, quais são os agravantes e dá dicas de como agir em situações de exposição dos olhos a produtos prejudiciais durante a folia.
1. Glitter, cílios postiços e pedrarias
A grande tendência em época de Carnaval é se fantasiar com muito glitter e maquiagem para tornar o visual diferenciado e chamativo. Contudo, segundo o Dr. Glauber Eliazar, esses itens de maquiagens em contato com os olhos podem provocar casos agravantes. “O uso de glitter, cílios postiços, e tudo que podemos colocar próximo ao olho pode provocar irritações oculares, desde vermelhidão simples, sensação de corpo estranho, até mesmo queimaduras, machucados, úlceras e infecções na córnea”. O especialista ainda relata que casos como esses ocorrem com frequência em prontos atendimentos. “É comum nos pronto atendimentos oftalmológicos pacientes com queixas após a utilização de cílios postiços. Tanto a cola utilizada, como seu removedor, são substâncias que podem gerar uma reações irritadiças e alérgicas”.
2. Óculos de sol, bonés e chapéus
Os óculos de sol, bonés e chapéus são peças características para a construção de uma fantasia carnavalesca. Mas esses acessórios também têm outro benefício, é o que afirma Dr. Glauber. “Devemos nos lembrar do benefício secundário que é a diminuição da radiação solar chegar aos olhos. Reforço que esses óculos escuros devem ser de qualidade. Óculos escuros sem procedência é só um plástico que escurece e diminui a entrada da luz nos olhos, mas a radiação ultravioleta, que é a mais nociva ao ser humano, não é filtrada pelo acessório”.
3. Colírios
Para o Dr. Glauber, o importante de se falar sobre o uso de colírios é que são medicamentos e merecem uma avaliação oftalmológica para correta indicação. A dica é nunca usar um colírio que foi prescrito para outra pessoa. Portanto, segundo o especialista, é necessário um atendimento de um oftalmologista para indicar qual o colírio correto a ser utilizado por cada indivíduo em diferentes situações. Além disso, o compartilhamento de um mesmo frasco de colírios entre as pessoas favorece a disseminação de infecções, como as conjuntivites.
4. Produtos para cabelo
Na época de Carnaval as pessoas querem usar, além das fantasias carnavalescas, penteados diferenciados. Para isso, há produtos que transformam e moldam o cabelo. Dr. Glauber alerta para as pomadas capilares e como elas podem causar problemas oftalmológicos. “Vale ressaltar que já tivemos surtos de casos de queimadura química ocular pelo uso de alguns tipos de pomadas”. Ele ainda afirma que avaliar a procedência do produto é fundamental para evitar que esses tipos de problema ocorram.